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A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO EM TEMPOS DE CRISE

Falar de planejamento estratégico no meio de uma grande crise não é nada fácil, principalmente diante de um estado “sem precedentes” na história recente da humanidade. Diante do “coronacrise”, as empresas, quase que automaticamente, assumiram um estado reativo, se não vegetativo, diante das mudanças dinâmicas do ambiente. Praticamente todas as premissas que haviam sido utilizadas na montagem dos planos estratégicos caíram por terra. O que fazer? Que caminho tomar? São perguntas com difíceis respostas nesse momento.

O planejamento estratégico é o exercício de definição de onde se quer chegar e qual caminho percorrer para chegar lá, mas pensar a longo prazo no meio de uma crise é quase impossível. Os esforços agora são pela sobrevivência da empresa e pelo bem-estar das pessoas. Porém deve-se lembrar que é no meio de uma tormenta que uma embarcação precisa de um leme firme, um rumo e uma direção para não estar a deriva e naufragar. É no meio da crise que o planejamento se torna fundamental, não só para a sobrevivência da empresa, mas também para a conquista de vantagens competitivas perante a concorrência e o ambiente. A crise pode demorar, mas vai passar. Onde você quer estar quando tudo isso acabar?

Segundo Groh (2014), “os principais direcionamentos da gestão em momentos de crise no nível corporativo são o monitoramento permanente das condições socioeconômicas e ambientais, o desenvolvimento de novas técnicas de gestão, estratégias financeiras e de marketing, a redução de custos fixos e variáveis, a atração de capital dos acionistas e intensificação da motivação das pessoas.” A gestão passa a lidar com o “novo normal” no exercício do dia a dia.

O planejamento também assume novas características em momentos como esse. Grandes direcionamentos estratégicos de longo prazo devem existir, pois são eles que criam as condições de competitividade vitais para a sobrevivência e conquista de resultados a longo prazo. Os mesmos direcionamentos que existiam antes da crise? Alguns com certeza e novos que devem ser definidos em um novo exercício de planejamento. Apesar de muito indefinido, o ambiente apresenta condições excepcionais e únicas para a conquista de vantagens competitivas.

No exercício de consultoria temos apoiado diversas empresas, não somente na revisão dos seus planos estratégicos, mas também no estabelecimento de uma nova cultura de planejamento, mais adequada a momentos de incerteza e crise. Estas empresas adotaram uma nova filosofia de planejamento e têm demonstrado significativas melhorias e resultados consistentes. Os principais aprendizados são:

  1. Estabelecimento de um comitê que faça a Gestão Estratégica de Crises Segundo Groh (2014), “a gestão estratégica de crises visa identificar os sinais de uma crise e criar os pré-requisitos necessários para sua prevenção, enfraquecimento e superação, a fim de garantir a continuidade da atividade da empresa e a prevenção de falências. A gestão estratégica em tempos de crise é o método que permite reconhecer a crise e tomar medidas para superar suas consequências negativas”.

  2. Ambiente dinâmico e incerto requer Gestão Ágil da Estratégia. No novo contexto, o exercício de planejamento deve ser bastante dinâmico. É hora de trazer alguns dos aprendizados de uma gestão Ágil para dentro do planejamento estratégico. Privilegiar indivíduos e interações e responder às mudanças são condições que o planejamento em meio à crise deve levar em consideração. Informações de inteligência competitiva, análise de contexto (PESTEL) e entendimento de condições da empresa (SWOT) devem ser levantadas constantemente. As estratégias surgem de maneira dinâmica compondo um plano para condução da empresa rumo a sua visão de futuro.

  3. Foco na retomada. Não é hora de se preocupar muito com a formulação de estratégias de longo prazo muito precisas. O momento é de focar nos possíveis cenários para os próximos 3 a 6 meses e como a organização irá se ajustar para essa nova realidade. Foque seus esforços nessas estratégias de curto prazo.

  4. Adote uma nova forma de planejamento de curto prazo de eficácia comprovada. Uma ferramenta que tem sido utilizada com grande sucesso é o OKR – Objectives and Key Results, ou estabelecimento de objetivos e resultados chave. Trata-se de uma metodologia de planejamento dinâmico com o estabelecimento de objetivos trimestrais (ou em outra periodicidade de curto prazo) conectados a grandes direcionadores de longo prazo. Para cada objetivo são estabelecidos resultados chave que juntos devem garantir o seu alcance. A gestão do OKR pode utilizar ferramentas do Ágil o que o torna bastante dinâmico e poderoso.

O retorno da crise não será necessariamente para um mundo como o anterior. Um novo pensamento estratégico é necessário. Novas formas de planejamento podem ser adotadas compondo uma nova cultura de gestão. Não caia na armadilha de abandonar o planejamento estratégico nesse momento. Reestabeleça o rumo e a direção e siga para mares mais calmos e prósperos. Se precisar de ajuda, nos procure.

  • Groh, Maximilian / American Journal of Economics and Business Administration 6 (2): 49-57, 2014

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